Após ser o principal responsável pelo crescimento da economia brasileira no primeiro trimestre de 2023, a agropecuária teve forte queda entre julho e setembro deste ano. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (5).
No período, o PIB (Produto Interno Bruto, que mede o tamanho da economia de um país) cresceu 0,1%. Apesar de ser a terceira alta consecutiva, o indicador teve desaceleração, já que nos dois trimestres anteriores ele variou 1,4% e 1%, respectivamente.
A alta no início do ano foi puxada pela agropecuária, que cresceu 12,5%. Além disso, o ramo vinha de cinco aumentos trimestrais seguidos. Agora, porém, o setor teve baixa de 3,3%.
Para Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, a queda “era esperada” por causa das características naturais da colheita de soja.
“Neste semestre, há a saída da safra da soja, a maior lavoura brasileira, concentrada no primeiro semestre. Então existe a comparação de um trimestre em que há um grande peso da soja com outro em que ela não pesa quase nada”, diz ela.
Alê Delara, diretor da Pine Agronegócios, também menciona outros produtos que explicariam a retração do setor:
“O agro tem uma característica bem interessante: o primeiro e o segundo trimestres são muito fortes devido à chegada das safras de soja, milho de verão, açúcar e café, então o valor adicionado na economia é muito grande. Já no terceiro trimestre, as culturas mais relevantes são do algodão e milho de inverno.”
“Na verdade, o terceiro trimestre do ano passado foi atípico e cresceu em relação ao primeiro, mas foi devido à alta dos preços da soja e do milho. Então, nos comparativos entre os trimestres é comum haver uma queda neste momento em comparação com o anterior. Além disso, os preços estiveram mais baixos em muitos produtos”, completa ele.
Por outro lado, Rebeca Palis lembra que o agronegócio “está acumulando alta de 18,1% até o terceiro trimestre”. Segundo a especialista, 2023 “está sendo um bom ano” para o setor.
Da mesma forma, Alê Delara ressalta que, na comparação anual, o ramo teve crescimento de 8,8%, “já que houve um forte incremento na produção agrícola”.
“[Tivemos] recordes para a soja (154 milhões de toneladas) e milho (100 milhões de toneladas só para a safra de inverno)”, afirma ele.
Fonte: www.noticias.r7.com / Postado em 05/12/2023 – 10H01 (ATUALIZADO EM 05/12/2023 – 10H49)
