O Brasil é o 3º país no mundo em casos absolutos de diabetes tipo 1, apesar de não ser líder em incidência (casos por cem mil habitantes). Contudo, especialistas alertam para as dificuldades no acesso a tratamentos e medidores de glicose.
De acordo com o relatório “Type 1 diabetes estimates in children and adults”, de diabetes tipo 1 em crianças e adultos, da IDF (Federação Internacional de Diabetes, na sigla em inglês), mundialmente, em 2022, havia 8,75 milhões de pessoas vivendo com diabetes tipo 1, sendo 588.800 casos no Brasil. Os dois países com maior prevalência, além do Brasil, são Estados Unidos (1.447.298) e Índia (860.423).
Em relação aos óbitos, o mundo registra em média 182 mil mortes por ano relacionadas às complicações por diabetes tipo 1. O relatório destaca a importância do diagnóstico correto da doença, que muitas vezes é considerada como sendo algo associado à infância.
Um dos motivos para o Brasil ter um número elevado de casos de diabetes é o tamanho populacional, segundo a endocrinologista e vice-presidente do departamento de diabetes mellitus da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), Melanie Rodacki. “Somos um dos países com o maior número de casos de diabetes devido ao tamanho da nossa população, mas nossa incidência [casos por cem mil] é intermediária”, afirma.
No último ano, em todo o mundo, foram diagnosticados 530 mil novos casos de diabetes tipo 1, sendo 203 mil em jovens de até 20 anos. O grosso dos novos diagnósticos (62%) se concentra na faixa etária acima de 20 anos, de acordo com os dados do levantamento.
“Vários estudos apontam um aumento de diabetes tipo 1, mas há também hoje um melhor entendimento, o que permite o diagnóstico adequado em pessoas que antes a gente rotularia como tipo 2 e seriam tratadas de forma inadequada, ou seriam até tratadas de forma adequada, mas ficariam com a classificação inadequada”, afirma Rodacki.
Segundo a médica, um dos fatores que também pode ter contribuído para o aumento de novos casos é a pandemia da Covid. “Ela é uma doença inflamatória e já existem estudos associando a infecção pelo coronavírus com maior risco de desenvolver diabetes, mas outro motivo pode ser também os diagnósticos represados durante a pandemia.”
Fonte: www.ojornalismo.com.br / Postado em às 09:08 de 14/11/2023