O dinheiro investido pelos brasileiros aumentou 7,6% no primeiro semestre deste ano em relação ao fechamento de 2023, atingindo R$ 7 trilhões. Desse total, quase R$ 1 trilhão é na caderneta de poupança, que avançou 2,8%, chegando a R$ 951,7 bilhões no mesmo período.
A informação é da pesquisa da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), divulgada nesta terça-feira (13).
O volume total engloba as aplicações dos clientes do chamado varejo tradicional, de alta renda e do private (investidores com mais de R$ 5 milhões aplicados).
“O varejo concentra a maior parte das aplicações em instrumentos de renda fixa, que são favorecidos pela Selic ainda em dois dígitos. Já o private tem a carteira mais diversificada, com 30% da fatia alocada em renda variável, que é mais influenciada pelas incertezas dos cenários interno e externo”, diz Ademir A. Correa Júnior, presidente do nosso Fórum de Distribuição.
Destaques
A renda fixa cresceu 10,1% no primeiro semestre de 2024 em comparação a dezembro de 2023, chegando a R$ 4 trilhões, o equivalente a 57,8% do montante aplicado. A previdência ampliou em 10,8% sua posição nas carteiras, totalizando R$ 1,15 trilhão. Contribuiu para o avanço a inclusão, a partir de dezembro do ano passado, de estatísticas sobre a aplicação em previdência aberta no varejo.
As aplicações em renda variável ficaram praticamente estáveis no semestre, com leve recuo de 0,5%, para R$ 974,8 bilhões.
Na divisão por instrumentos, títulos e valores mobiliários fecharam o semestre com R$ 3,1 trilhões, crescimento de 7,8% entre dezembro de 2023 e o final de junho de 2024. O investimento em fundos subiu 7,7%, para R$ 1,7 trilhão. Em poupança, o avanço foi de 2,8%, chegando a R$ 951,7 bilhões.
Isentos
O investimento em títulos isentos de imposto de renda chegou a R$ 1,1 trilhão, aumento 7,3% (R$ 77,7 bilhões) na comparação ao fechamento de 2023. O avanço aconteceu em meio às novas regras do CMN (Conselho Monetário Nacional), que, em fevereiro deste ano, limitaram a emissão e ampliaram o prazo de carência desses papéis. Apesar do saldo positivo no acumulado do semestre, as novas regras reduziram o percentual e o volume do avanço. Para efeito de comparação, o crescimento desses títulos no segundo semestre de 2023 foi de 9,6%, o equivalente a R$ 93,3 bilhões. Na primeira metade do ano passado, a alta foi de 22% (R$ 176 bilhões).
“Apesar das mudanças, o atual patamar da taxa de juros e as alterações no regime de tributação dos fundos exclusivos e de previdência contribuem para a procura por produtos de renda fixa com benefício fiscal. A demanda por isentos, que já vinha forte desde o ano passado, continua, com os investidores optando por ativos que alinhem rentabilidade e segurança, apesar do maior prazo de carência”, analisa Correa Júnior.
As aplicações em CRAs e CRIs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio e Imobiliários, respectivamente) cresceram 22,9%, para R$ 114,3 bilhões, e 25,5%, somando R$ 78,7 bilhões. Tanto as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) quanto as LCIs (Letras de Crédito Imobiliários) avançaram 3,6%. As primeiras fecharam o semestre em R$ 433,5 bilhões, enquanto as LCIs chegaram a R$ 332,6 bilhões.
Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) subiram 13,1%, totalizando R$ 975,8 bilhões, enquanto a alta dos títulos públicos foi de 15,5%, para R$ 173,1 bilhões. As debêntures tradicionais cresceram 22,3%, somando R$ 43 bilhões ao final da primeira metade deste ano. Entre os títulos e valores mobiliários de renda variável, as ações recuaram 1,5%, alcançando a cifra de R$ 692,8 bilhões.
Por região do país
Todas as regiões registraram aumentos no primeiro semestre deste ano. O Sudeste, que, no fechamento de junho, concentrava R$ 4,6 trilhões, cresceu 6,6% em relação a dezembro de 2023.
O avanço do montante aplicado pelos investidores do Sul foi de 9,9%, totalizando R$ 1,2 trilhão. No Nordeste, o aumento foi de 8,2%, somando R$ 633,8 bilhões.
Na região Centro-Oeste, o crescimento foi de 10,1%, para R$ 372,1 bilhões, enquanto no Norte, houve um aumento de 8,6%, para R$ 119,3 bilhões.
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Fonte: www.noticias.r7.com /prisma / Publicado em 13/08/2024 – 19h17 (Atualizado em 13/08/2024 – 19h22)