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Câncer de mama em idosas requer atenção individualizada

Segundo especialista, o estigma da idade pode afastar mulheres com mais de 65 anos dos tratamentos e reduzir expectativa de vida

O câncer de mama é o tipo mais comum no mundo, segundo a OMS (da Organização Mundial da Saúde), representando 11,7% do total dos casos diagnosticados em 2020. E, apesar do envelhecimento ser um dos principais fatores de risco para a doença, mulheres com mais de 65 anos ainda enfrentam o estigma da idade na hora de fazer o tratamento.

“Existe um preconceito, uma ideia equivocada, de que o tratamento das pacientes nessa faixa etária vai ser pior que a doença propriamente dita e a família acaba não aderindo. Mas sabemos que a maioria dessas mulheres se beneficiam do tratamento e que uma eventual omissão causa uma diminuição das chances de cura”, afirma Marcelo Madeira, diretor científico da Sociedade Brasileira de Mastologia, em São Paulo.

O especialista ressalta que cada diagnóstico deve ser avaliado de forma individualizada, sobretudo no que diz respeito ao tipo de tumor encontrado na mama. Em alguns casos, a depender da gravidade do quadro, é possível dispensar tratamentos mais agressivos, como a radioterapia ou a cirurgia de axila, sem que haja um prejuízo na expectativa de vida da paciente.

“O tratamento deve ser individualizado, não é uma regra geral para todas as mulheres acima dos 65 ou 70 anos; depende da idade da paciente, do tipo e tamanho do tumor”, afirma. “Mas não podemos confundir a idade cronológica com a capacidade da pessoa. Tem pacientes com 70 anos que estão com plena saúde, então não precisa diminuir o tratamento só por causa da idade”.

Em relação à cirurgia de axila, Madeira explica que existe uma chance maior de sequelas sem que haja uma melhora na sobrevida da paciente. “A cirurgia tira linfonodos debaixo do braço, tem uma chance maior de sequelas de inchaço, o que pode trazer uma morbidade sem melhorar a sobrevida da paciente. Nessa faixa etária, acima dos 70 anos, com tumores bonzinhos e pequenos, podemos omitir a cirurgia”.

As condições de saúde da mulher idosa também devem ser levadas em conta na hora de avaliar o melhor tratamento ou mesmo para pensar em rastrear tumores por meio da mamografia.

“Todos os tratamentos e as opções terapêuticas devem considerar o tipo de câncer de mama e qual o status funcional dessa paciente idosa, se ela tem alguma doença, comorbidade e se isso de alguma forma vai impactar no tratamento. Isso também tem que ser levado em consideração para pensar em fazer a mamografia”, explica Madeira.

O principal sintoma que indica a presença de um tumor na mama, segundo o médico, é a presença de alguma área mais endurecida na região, como um nódulo. Além disso,  eventualmente, podem aparecer mudanças na pele, como vermelhidão ou abaulamentos, retrações da pele e, em alguns casos, secreção pelo mamilo. Não existe nenhum um tipo de sintoma que seja mais comum em mulheres idosas.

Vale ressaltar que após a vacinação contra a Covid-19, o recomendado é que se espere pelo menos duas semanas para fazer a mamografia. Isso porque a aplicação do imunizante pode levar ao aparecimento de gânglios nas axilas, também chamados de linfonodos, uma reação natural que pode atrapalhar o diagnóstico de câncer.

Fonte: www.noticias.r7.com / Postado em 12/10/2021 – 02H00

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