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Cloroquina tem maus resultados contra coronavírus em estudo feito nos EUA

Liderada pela Universidade de Virgínia, a equipe analisou, de forma retrospectiva, a evolução da Covid-19 em 368 pacientes de 170 hospitais

22/04/2020

Mais um estudo demonstra as limitações do uso da hidroxicloroquina no combate à Covid-19. Na pesquisa divulgada ontem na plataforma on-line de estudos científicos Medrxiv, investigadores relatam os efeitos do remédio em veteranos de guerra atendidos em hospitais dos Estados Unidos. Foram constatadas mais mortes entre aqueles que receberam a droga desenvolvida para tratar malária e artrite reumatoide do que entre os submetidos ao tratamento padrão para a doença causada pelo novo coronavírus.

Liderada pela Universidade de Virgínia, a equipe analisou, de forma retrospectiva, a evolução da Covid-19 em 368 pacientes de 170 hospitais de uma rede voltada apenas para atendimento de ex-combatentes de guerra. Os investigadores constataram que cerca de 28% das pessoas que receberam hidroxicloroquina combinada com tratamento padrão morreram. A taxa de óbito entre pacientes que receberam a assistência tradicional foi de 11%.

Além disso, cerca de 22% dos que receberam hidroxicloroquina com azitromicina (um antibiótico) morreram. A diferença entre esse grupo e o que recebeu apenas tratamento padrão não foi considerada significativa o suficiente para descartar que outros fatores podem ter influenciado o óbito. “Nesse estudo, não encontramos evidências de que o uso de hidroxicloroquina, com ou sem azitromicina, reduzisse o risco de ventilação mecânica em pacientes hospitalizados com Covid-19”, escreveram.

Para os pesquisadores, os dados obtidos ressaltam a importância de se esperar resultados de mais pesquisas que testem o efeito da hidroxicloroquina antes de adotá-la como tratamento da Covid-19. “Uma associação de aumento da mortalidade geral foi identificada em pacientes tratados apenas com hidroxicloroquina. Essas descobertas destacam a importância de aguardar os resultados de estudos prospectivos, randomizados e controlados em andamento antes da ampla adoção desses medicamentos”, afirmam. A pesquisa será submetida a publicação no New England Journal of Medicine.

28% dos pacientes que receberam hidroxicloroquina combinada com o tratamento padrão morreram. Entre os que receberam apenas a terapia tradicional a taxa foi de 11%.

Fonte: www.correiobraziliense.com.br

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