NOTÍCIAS
Home Notícias ECONOMIA Com desocupação em queda, cinco estados se aproximam do pleno emprego

Com desocupação em queda, cinco estados se aproximam do pleno emprego

Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Cantarina e Rondônia fecham o primeiro semestre com taxas de desemprego abaixo de 5%

A queda da taxa de desemprego no Brasil para 8%, o menor patamar dos últimos nove anos, evidencia também a aproximação dos estados do Paraná (4,9%), Mato Grosso do Sul (4,1%), Santa Cantarina (3,5%), Mato Grosso (3%) e Rondônia (2,4%) de um ambiente de “pleno emprego”.

Dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), colocam os estados na lista de oito unidades da Federação que fecharam o segundo trimestre com redução da taxa de desocupação.

A definição teórica de “pleno emprego” representa o uso máximo da força de trabalho, com um equilíbrio entre a procura e a disponibilidade de vagas. Na situação, a busca por uma nova colocação profissional tende a ser pequena.

Pedro Afonso Gomes, economista e presidente do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo), afirma que o conceito varia de acordo com a situação de cada sociedade. No Brasil, segundo ele, a permanência da taxa abaixo dos 7% por um ano representa uma situação de “pleno emprego”.

“Alguns economistas colocam 3,5% como o percentual ideal de desempregados para que a economia funcione normalmente. Outros dizem 5,5%. […] Se a economia funciona de maneira mais dinâmica, admite-se um desemprego maior, de até 7%, como no caso brasileiro. Caso seja uma economia estagnada, o desemprego acaba permanente para alguns trabalhadores”, explica.

Adriana Beringuy, coordenadora de trabalho e rendimento da Pnad, afirma que o IBGE não trabalha com o termo “pleno emprego” em seus estudos. “Esse é um conceito acadêmico que não é incorporado na construção dos nossos indicadores. Temos as taxas, que são analisadas dentro das características de cada unidade da Federação e de seus mercados de trabalho.”

A pesquisadora, no entanto, cita o crescimento da agropecuária como determinante para o baixo nível de desocupação em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Já em Santa Catarina e no Paraná, Adriana observa o avanço da atividade industrial e de serviços.

No caso específico de Rondônia, o estado com a menor taxa de desemprego do Brasil, Gomes atenta para o elevado número de profissionais na informalidade. “O estado tem quase 50% dos seus trabalhadores sem carteira assinada e sem registro”, observa ele.

“É preciso entender que, mesmo havendo um desemprego menor, o nível dos empregos também é de menor qualidade sob o ponto de vista de segurança para o trabalhador, o que também precisa melhorar”, reforça o presidente do Corecon-SP.

Para o economista membro do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) Carlos Caixeta, a redução de 1,5 milhão de pessoas fora da força de trabalho em um ano confirma a retomada da economia brasileira. Para os próximos meses, Caixeta cita a redução das taxas de juros e a aprovação da reforma tributária como determinantes para trazer mais “credibilidade” para o Brasil no cenário internacional.

“Esse pacote vai trazer mais investimentos, algo determinante para aumentar as contratações e reduzir o desemprego, o que tem um efeito positivo. […] Essa retomada do crescimento dinamiza a economia e, com mais pessoas pagando impostos, contribui para elevar a arrecadação”, diz Caixeta.

Fonte: www.noticias.r7.com / Postado em 21/08/2023 – 02H00 (ATUALIZADO EM 21/08/2023 – 09H58)

COMENTÁRIOS: Os comentários representam a opinião de seus autores, e não da União Geral dos Trabalhadores.