22/10/2020
Goiás tem 758 pessoas na fila de espera por um transplante de córneas, segundo dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) na quarta-feira (21). Por causa da pandemia de coronavírus, entre março e setembro foram realizados apenas procedimentos de emergência.
A retomada foi liberada após a publicação de uma nota técnica da secretaria no dia 24 de setembro. Conforme a pasta, os bancos estavam zerados e, agora, as unidades já estão preparadas para a retomada dos procedimentos.
Até outubro do ano passado, como os transplantes não foram interrompidos, a fila de espera para córneas era de 409 pacientes, contra os 758 deste ano. Os receptores devem obedecer um cadastro único, por ordem cronológica e sequencial de inscrição.
Em 2019, foram 704 captações e 596 transplantes de janeiro a dezembro. Já neste ano, devido ao período de suspensão, foram 175 captações e 156 transplantes até outubro.
Quem pode doar
Os doadores devem ter entre 2 e 80 anos. Além disso, o óbito tem de ter ocorrido por parada cardiorrespiratória.
A SES alerta ainda que quem desejar ser doador de órgãos deve conversar com a família, uma vez que a ação só acontecerá com a autorização da mesma, independente se houver registro em documento pessoal ou registro de imagem ou cartório comprovando a intenção de doação.
Dados da secretaria apontam que, até agosto deste ano, pelo menos 71 famílias não autorizaram a doação de órgãos dos entes.
Devido à pandemia da Covid-19, antes de realizar a captação, o paciente será submetido ao exame RT-PCR para o teste do coronavírus. O exame será feito pelo Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen). Caso o resultado seja negativo, a captação do tecido para doação pode ser feita no mesmo momento. Nos casos positivos para Covid-19, segundo a gerência, o material não será liberado para transplante.
Captação e transplante
A captação das córneas pode ocorrer até 12 horas após a morte confirmada. Já o transplante, que consiste na substituição do tecido opaco ou doente por um sadio, pode ser realizado até 14 dias após a coleta do tecido.
A secretaria explica que as notificações de óbitos ocorridas nas unidades de saúde de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis devem ser feitas feitas para que as equipes das Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) estaduais realizem a avaliação e entrevista com as famílias dos pacientes que precisam receber os tecidos e córneas.
De acordo com a SES, Goiás possui um Banco de Tecidos Oculares, localizado na Fundação Banco de Olhos de Goiás, na capital, realizando procedimentos cirúrgicos em hospitais, Serviço de Verificação de Óbito (SVO) e unidades do Instituto Médico Legal (IML) da capital e de Aparecida de Goiânia.
Ainda segundo a pasta, para realizar os transplantes em instituições públicas e privadas, todo o estado tem 25 equipes disponíveis. Em Goiás, 56% dos transplantes de tecidos oculares foram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS),.
Fonte: G1 Goiás.