O dólar e o Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, operam em queda nesta terça-feira (19), em mais um dia marcado pelas expectativas por decisões importantes de política monetária. Hoje começam as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Às 10h15, a moeda norte-americana caía 0,02%, cotada a R$ 4,8545, enquanto o Ibovespa tinha queda de 0,10%, aos 118.168 pontos.
No dia anterior, o dólar fechou com baixa de 0,31%, vendido a R$ 4,8556, no menor patamar do mês até agora. Com o resultado, a moeda passou a acumular quedas de:
– 0,31% na semana;
– 1,91% no mês;
– e de 8,00% no ano.
Já no mercado acionário, o Ibovespa fechou em queda de 0,40%, aos 118.288 pontos, e passou a acumular:
O que está mexendo com os mercados?
O dia não conta com divulgações muito importantes na agenda econômica global, mas o pregão segue marcado pela tensão que antecede as decisões de política monetária, principalmente nos Estados Unidos.
A maioria do mercado espera que o Fed mantenha as taxas de juros do país, hoje entre 5,25% e 5,50% ao ano, inalteradas, depois de dados da inflação de agosto na última semana virem em linha com o que era esperado.
No entanto, a continuidade do avanço no preço das commodities, sobretudo o petróleo adiciona uma preocupação aos investidores e especialistas, porque essa alta pode acabar gerando, uma vez mais, a choques inflacionários.
Também começa hoje a reunião do Copom, e a expectativa geral é que o comitê promova mais um corte na Selic, taxa básica de juros, hoje em 13,25% ao ano. A maior parte das projeções apontam para uma queda de 0,50 ponto percentual nos juros, assim como ocorreu na última reunião da instituição, mas há quem acredite na possibilidade de um corte de até 0,75 ponto percentual.
Além da decisão sobre a taxa Selic em si, o mercado também aguarda ansioso pelo comunicado do Copom, que traz mais informações sobre como o comitê está enxergando as dinâmicas da economia brasileira e sinaliza quais devem ser os próximos passos do BC em relação aos juros.
No fim do dia, após às 22h, o Banco Popular da China também deve anunciar novas decisões de política monetária. A situação da economia chinesa é diferente do Brasil e Estados Unidos, porque lá o problema não é o avanço da inflação, mas sim o enfraquecimento da atividade econômica.
Por isso, é esperado que o banco promova uma redução nos juros, de forma a estimular a economia. Se as expectativas se concretizarem, os impactos positivos podem ser sentidos, inclusive, no mercado brasileiro, já que a China é o principal parceiro comercial do Brasil e, com os estímulos econômicos no país, as exportações nacionais podem aumentar.
Na agenda interna, o destaque fica com a divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do BC, considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), que registrou expansão de 0,44% em julho, na comparação com o mês anterior.
Na comparação com julho do ano passado, o indicador subiu 0,66%. Já no acumulado dos sete primeiros meses deste ano, o IBC-Br avançou 3,21% e, em doze meses até abril, apresentou crescimento de 3,12%.
Fonbte: G1 / Postado em 19/09/2023 09h03