O Drex, nome do real digital, a CBDC brasileira, foi lançado em agosto e ainda gera dúvidas sobre seu funcionamento. A população tem se perguntado: por que usar a versão virtual da moeda, quando o Pix já funciona e foi amplamente aceito?
A principal parte dessa resposta é que o Drex não é uma alternativa ao Pix e não foi desenvolvido para ser usado em detrimento ao sistema instantâneo. Eles serão utilizados em situações diferentes.
O Drex é só uma nova forma de representação da moeda física e tem paridade com o real. Embora possa ser considerado uma espécie de “primo” do Pix, por permitir transações instantâneas entre instituições financeiras diferentes, o Drex funcionará de maneira distinta, via DLT (blockchain), e tem um conceito mais amplo.
“O Drex não vem para substituir o Pix e não é um sistema de pagamento. É um sistema para a representação digital de ativos financeiros que permitirá uma série de inovações”, diz Rodrigo Caldas de Carvalho Borges, especialista em blockchain e sócio do Carvalho Borges Araújo Advogados.
Uma reportagem do InfoMoney já respondeu e destrinchou o funcionamento do Drex.
Segundo Borges, a expectativa com o Drex é aumentar a inclusão financeira e reduzir os custos de crédito no futuro, tudo combinado com o Open Finance para ampliar o ecossistema digital do sistema financeiro do Brasil — agenda muito fomentada pelo Banco Central.
O Banco Central, regulador do Drex e do Pix, publicou um vídeo em seu YouTube oficial com exemplos de situações em que faz sentido usar o Drex ou o Pix.
“Toda vez que você for fazer um pagamento simples, você usa o Pix, como já funciona hoje”, diz Gustavo Igreja, líder de conteúdo do BC.
“Mas toda vez que você precisar condicionar a sua operação, por exemplo, garantir que seu dinheiro só saia da conta quando você receber o produto ou serviço que está contratando, aí você faz o Drex”, complementa.
Um exemplo é a compra de um carro: você usa o Drex para garantir que o dinheiro só vai sair da sua conta quando você receber o DUT (documento único de transferência), a propriedade do veículo no seu nome. “O Drex garante que a transação ocorra simultaneamente nas duas pontas e se houver qualquer problema, a operação não acontece e ninguém fica no prejuízo”, diz Igreja.
Outra possibilidade é fazer um empréstimo no banco usando como garantia títulos do Tesouro Direto – isso será possível com o Drex em funcionamento. “Não será preciso sacar os títulos do Tesouro para dar ao banco. Eles vão seguir rendendo na sua conta. Só vai acontecer o saque, pelo banco, se você deixar de pagar o empréstimo”, explica Igreja. Esses casos citados não são possíveis com o Pix.
Confira um resumo dos casos possíveis: VER FOTO
O advogado Rodrigo Borges complementa que a população sentirá os efeitos do Drex no futuro, quando as novas funcionalidades estiverem operantes. “Como é uma plataforma interoperável, cartórios poderão se vincular à plataforma e possibilitar que a transferência de um imóvel seja realizada de forma mais ágil. Não será necessário que as pessoas fiquem esperando, por exemplo, a compensação de uma TED para a assinatura de uma escritura. Isso poderia ser feito de forma programável. O Drex permitirá automatização desse processo”, explica.
Já o Pix vai continuar sendo útil para os pagamentos do dia a dia, como em uma compra na padaria, feira ou lavanderia, como já funciona hoje.
Fonte: InfoMoney / Fonte: www.jornalcontabil.com.br / postado em 2 Out 2023 10:38