Quem passou pelo centro da capital paulista na semana passada presenciou uma situação incomum nos últimos anos. A fila quilométrica de desempregados em busca de uma colocação, que normalmente serpenteava o Vale do Anhangabaú por conta do Mutirão Nacional do Emprego, neste ano não se formou. Os gradis, usados para enfileirar os candidatos na rua, foram deixados de lado nos cantos das calçadas.
Pela primeira vez, desde 2018, o Mutirão do Emprego, promovido pela União Geral dos Trabalhadores (UGT) e o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, virou o “mutirão do pleno emprego”. Ou seja, teve mais vagas do que candidatos.
Nos cinco dias do evento, 3,58 mil trabalhadores passaram por lá, menos da metade dos 7,4 mil candidatos da primeira edição, em 2018. O número de postos de trabalho oferecidos neste ano bateu recorde: 25.046.
“Foi o mutirão com mais vagas ofertadas de todas as nove edições e com menos candidatos”, afirma o presidente da UGT e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah. Do total de posições abertas, 200 foram preenchidas no evento, menos de 1%.
Esse resultado é um retrato da dificuldade enfrentada hoje pelas empresas para contratar trabalhadores qualificados. A taxa de desemprego de 6,9% registrada no trimestre encerrado em junho foi a menor dos últimos dez anos, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Fonte: Estadão / www.contec.org.br / Postado em 28 de agosto de 2024