Isis Felix Cardoso, 30 anos, mora em São Paulo e trabalha como auxiliar administrativa. Em busca de melhor posição no mercado de trabalho, a jovem optou pelo financiamento estudantil para o curso de graduação em Administração de Empresas em uma universidade particular.
“Sempre quis cursar uma faculdade e ampliar meus conhecimentos, mas achava que era um sonho distante por conta da minha situação financeira”, conta.
Para colocar o sonho em prática, Isis optou pelo Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). “Seria a chave para a minha evolução profissional, escolhi o Fies pela facilidade e agilidade que achei que teria”, explica. Mas a falta de clareza nas informações do contrato a fez contrair uma dívida alta que ela não sabe como pagar.
“Eu não sabia que todo semestre tinha de fazer um adiantamento, virou uma bola de neve e por isso o Fies não cobriu o semestre”, diz. “Para continuar estudando, eu teria que pagar a semestralidade à vista do curso, por não ter dinheiro, fui obrigada a trancar.”
Frustrada a jovem faz um alerta: “Quando for adquirir um financiamento estudantil, entenda o contrato e preveja tudo que irá acontecer em sua vida que possa interferir e afetar o processo de desenvolvimento dos estudos.”
Atualmente Isis acumula uma dívida de mais de R$ 6 mil reais com o Fies. “Isso me afeta, pois não gosto de dever e o pior é que me endividei e não consegui terminar o curso”, desabafa emocionada.
O Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) é um programa do MEC (Ministério da Educação) que financia cursos superiores não gratuitos com avaliação positiva no Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior). Os financiamentos concedidos com recursos do Fies têm taxa zero de juros para os estudantes com renda familiar per capita de até três salários-mínimos.
Felipe Chanes, gerente de controladoria do Pravaler, avalia pontos sobre a importância de análise no comportamento das pessoas que buscam um financiamento estudantil. “Apesar de ser um investimento para o futuro, é necessário considerar um gasto a ser incluído em seu orçamento de despesa fixa”, lembra. “O estudante precisa entender que está se comprometendo por um longo prazo, por isso, é preciso rever os principais gastos e avaliar antes de assinar o contrato.”,
O especialista também orienta quanto a necessidade de realizar o planejamento orçamentário. “Estamos em uma fase delicada com a pandemia da covid-19, uma época de crise, e o estudante precisa entender esse momento caso seja necessária uma renegociação da dívida estudantil”, explica.
Para Chanes, os financiamentos estudantis beneficiam os estudantes na maioria dos casos por não haver juros. “São valores baixos de parcelas que cabem no orçamento do aluno, e isso o beneficia, além de conceder a oportunidade de acesso ao ensino superior”, conclui.
Priscila Gomes de Araújo Souza, 29 mora, em Guarulhos na Grande São Paulo e por meio de crédito estudantil realizou o sonho de cursar Nutrição em uma faculdade particular.
Para ela, o estudante deve estar atento ao planejamento, à organização financeira e a busca por informações do crédito, informações que são fundamentais para aqueles que sonham em ingressar no ensino superior.
“Eu havia optado pelo Fies, mas não fui aprovada, busquei uma segunda opção e também não fui aceita porque a instituição não aceitava o meu marido como garantidor”, lembra.
“Fiz simulações com períodos longos de até 13 anos para pagar o meu curso, então busquei alternativas que me trouxesse melhor custo-benefício e condições menores de prazos para pagamento”, diz.
Priscila conta que a busca pelo financiamento estudantil surgiu devido as condições financeiras que não estavam favoráveis, mas com disciplina e rigor, ela conquistou a tão sonhada graduação.
Fonte: www.noticias.r7.com / Publicado em 09/08/2021 – 02H00