NOTÍCIAS
Home Notícias Saúde Maternidade Dona Iris suspende exames, consultas e cirurgias

Maternidade Dona Iris suspende exames, consultas e cirurgias

Direção do hospital diz que a Prefeitura de Goiânia não faz há quase um ano o repasse de dinheiro. Já a administração municipal alega que tem feito pagamentos regularmente.

05/04/2017

O Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI) anunciou na terça-feira (4) a suspensão de ultrassonografia, consultas e cirurgias por tempo indeterminado. Segundo a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc), as medidas foram adotadas por causa da dívida da Prefeitura de Goiânia com a administração da unidade.

Desde 13 de março o agendamento de novos atendimentos ambulatoriais estava cancelado. Agora, os que já estavam marcados também foram cancelados. Os médicos que realizavam essas atividades serão remanejados para o plantão da emergência da ginecologia e obstetrícia. Com a nova medida, devem deixar de ser feitos 1,2 mil exames de ultrassonografia, 1,2 mil consultas e 60 cirurgias por mês.

De acordo com a direção, há três aparelhos de ultrassom na maternidade. Por dia, são realizados 45 exames em bebês e mulheres. Assim que forem desligados, eles devem ser encaminhados para a sede da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que decidirá onde serão reinstalados.
“Gestantes que estão fazendo o pré-natal, que precisam de uma ultrassom mais rápido, vão depender de fazer ‘chequinho’ para conseguir fazer o exame. Se tinha alguma alteração, ela já era encaminhada direto para a Emergência e da Emergência para a assistência ao parto”, explica o diretor técnico da maternidade, José Renato Ayres Rezende.

Dívida

A direção da unidade informou que precisa, em média, de R$ 4 milhões por mês para operar normalmente o hospital. De acordo com os gestores, o hospital deve receber um aporte de R$ 1,7 milhão do Ministério da Saúde, R$ 700 mil pelos exames atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e R$ R$ 1,6 milhão da Prefeitura de Goiânia.

Porém, Rezende afirma que, desde junho do ano passado, a administração da capital não repassa a verba para a maternidade. Sem condições financeiras, é necessário suspender os serviços, aos poucos. “Um sentimento de indignação porque ter de desativar um serviço que funciona tão bem, que sempre funcionou tão bem, um serviço de excelência, é muito doído”, lamenta Rezende.

A Secretaria Municipal de Saúde rebate as alegações e informou, em nota, que “os pagamentos vêm sendo feitos regularmente e que só no mês de março foram repassados mais de R$ 5 milhões à Fundahc. A SMS alega ainda que “desconhece qualquer pedido de retirada dos aparelhos de ultrassom” da maternidade.

Leitos reabertos

O anúncio da suspensão de exames, consultas e cirurgias foi feito menos de 15 dias após o hospital reabrir o Espaço Jasmin, que conta que conta com 12 quartos e 24 leitos de obstetrícia e UTI neonatal. A ala estava fechada desde dezembro do ano passado.

De acordo com o Ministério Público de Goiás (MP-GO), a medida ocorreu após uma recomendação do órgão junto à Fundahc. A promotoria pediu a reabertura do Espaço Jasmin para desafogar os atendimentos do Hospital Materno Infantil (HMI), onde dois bebês morreram por infecção da superbactéria Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC).

“O promotor Eduardo Prego nos explicou sobre a situação do Materno Infantil e, realmente, entendemos que não podemos deixar de atender a população. No entanto, a dívida da prefeitura continua e o MP-GO se comprometeu a cobrar da administração municipal a quitação desses valores”, relatou na ocasião o diretor-executivo da Fundahc, José Antônio de Morais.

Fonte: G1 GO

COMENTÁRIOS: Os comentários representam a opinião de seus autores, e não da União Geral dos Trabalhadores.