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Medicamentos receitados para idosos aumentam risco de queda

Pessoas mais velhas também costumam receber prescrição de drogas inapropriadas e acreditam que remédios não têm efeitos colaterais

Cinco pesquisas diferentes mostram a complexidade do quadro que envolve o consumo de medicamentos por idosos. O primeiro estudo, divulgado este mês pela Universidade de Buffalo (EUA), mostrou que, em 1999, 57% dos remédios prescritos para pessoas acima dos 65 anos aumentavam o risco de queda, e que esse percentual chegou a 94% em 2017! No mesmo período, a taxa de mortes decorrentes de tombos dobrou naquele país.

O uso de antidepressivos, principalmente por mulheres – houve um salto de 12 milhões de receitas em 1999 para 52 milhões, em 2017 – é um dado preocupante segundo os pesquisadores, por representar um fator de risco. Levantamento realizado no fim do ano passado pela mesma universidade já apontava que 34% dos idosos norte-americanos recebem pelo menos uma prescrição de droga que é inapropriada e acaba resultando em hospitalizações e custos adicionais ao sistema de saúde.

Outro trabalho, esse realizado pela Universidade da Califórnia, Los Angeles, indica que, se não forem alertados por seus médicos sobre as reações adversas dos medicamentos, os idosos tendem a achar que eles não apresentam efeitos colaterais. O curioso do levantamento é que as informações sobre a dosagem e a duração do tratamento são verificadas pelos pacientes, mas não as que podem afetar seu estado geral de saúde. Da Universidade de Michigan, vem alerta: indivíduos acima dos 65 anos com demência não deveriam tomar três ou mais remédios que atuem no cérebro e no sistema nervoso, porque a interação das drogas potencializa problemas que vão de quedas a deterioração da memória.

Um quinto estudo, também da Universidade de Michigan, traça um perfil do consumo de antibióticos. Mais de 90% dos idosos afirmam que são cautelosos com o uso da medicação e quase o mesmo percentual reconhece que sua utilização excessiva pode fazer com que deixem de ser eficazes. No entanto, 13% dizem que têm sobras de remédios que foram receitados nos últimos dois anos – e, entre esses, metade tomou a droga sem consultar um médico. Pior: 34% acreditam que antibióticos são eficientes contra resfriados e gripes, doenças virais que não respondem ao tratamento. Temos que nos informar mais, temos que questionar mais.

Fonte: G1 / postado em 25/03/2021 06h00

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