O burnout, conhecido como síndrome de esgotamento profissional, tem se tornado um tema cada vez mais discutido em ambientes de trabalho ao redor do mundo.
Recentemente, uma pesquisa realizada pelo LinkedIn revelou que algumas profissões são mais vulneráveis a tal condição, devido às pressões crescentes do mercado de trabalho.
Com base em entrevistas com mais de 16 mil profissionais nos Estados Unidos, a pesquisa destaca a importância de reconhecer as áreas mais afetadas e adotar estratégias para prevenir essa condição, que, segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), impacta cerca de 30% dos trabalhadores no Brasil.
Burnout: áreas mais afetadas pela síndrome
De acordo com o psicólogo clínico comportamental Jayme Pinheiro Rabelo, quase qualquer profissional pode experimentar o burnout. Porém, algumas áreas têm uma incidência mais alta.
Ele aponta que são particularmente mais propensos a esse esgotamento os profissionais de setores como:
– Saúde;
– Educação;
– Tecnologia da Informação (TI);
– Serviços comunitários.
Tais trabalhadores frequentemente lidam com demandas urgentes e a necessidade de respostas rápidas, o que pode causar pressão excessiva nos trabalhadores.
A sobrecarga de trabalho pode levar a mudanças importantes na saúde física e mental. O burnout gera efeitos colaterais como irritabilidade, estresse e problemas de sono, impactando também o apetite; enquanto alguns indivíduos podem comer em excesso, outros têm dificuldades para se alimentar.
É imprescindível entender que o burnout não se limita ao ambiente profissional, pois suas consequências se estendem à vida pessoal. Por isso, buscar um equilíbrio entre esses dois aspectos é essencial para a recuperação.
Estratégias de prevenção
A conscientização sobre os riscos do burnout é o primeiro passo para a prevenção. Jayme sugere que muitos trabalhadores não percebem a gravidade dos seus níveis de estresse até que os sintomas se manifestem.
Portanto, a melhor forma de evitar o esgotamento é agir antes que ele se instale. Aqui estão algumas dicas do especialista:
– Organização do trabalho: é crucial ter uma distribuição justa de tarefas e prazos realistas. A clareza sobre as etapas do trabalho — inícios, meios e fins — pode ajudar a reduzir a sensação de caos;
– Promoção de atividades saudáveis: o psicólogo recomenda que os profissionais busquem melhorar sua qualidade de vida, integrando exercícios físicos, momentos de lazer e uma alimentação equilibrada na rotina;
– Busca por apoio profissional: a psicoterapia pode ser uma ferramenta valiosa para gerenciar o tempo e estabelecer limites, além de oferecer um espaço seguro para o indivíduo expressar suas preocupações e desafios;
– Separação entre vida pessoal e profissional: tentar desassociar o trabalho da vida pessoal é essencial. O uso de um telefone exclusivo para compromissos profissionais ou simplesmente desligar as notificações fora do horário de trabalho ajuda a criar essa distância;
– Atenção mútua no ambiente de trabalho: Jayme enfatiza que colegas e gestores devem estar atentos a sinais de esgotamento nos outros. Identificar precocemente as mudanças de comportamento pode evitar que a situação se agrave.
Embora o burnout seja frequentemente associado ao ambiente de trabalho, é importante destacar que não é apenas uma preocupação para profissionais.
Estudantes, especialmente durante períodos de pressão intensa, como vestibulares, também podem sofrer os efeitos do esgotamento.
Além disso, cuidadores e responsáveis que enfrentam demandas elevadas em casa estão igualmente vulneráveis.
A pesquisa do LinkedIn serve como um alerta para a necessidade de implementar políticas e práticas que promovam um ambiente de trabalho saudável, além de estimular a conscientização sobre a importância do cuidado com a saúde mental.
Fonte: www.capitalist.com.br / Publicado em 20/09/2024 às 08:33