01/08/2018
A taxa global de mortalidade por câncer de pulmão nas mulheres deve aumentar em 43% até 2030, de acordo com uma análise de dados de 52 países. O crescimento do hábito de fumar entre elas puxa a alta, principalmente na Europa e na Oceania, mostra estudo.
O levantamento foi publicado nesta quarta-feira (1) no “Cancer Research”, publicação científica da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer, entidade localizada nos Estados Unidos.
Já a taxa de mortalidade pelo câncer de mama, mais alvo de políticas públicas e campanhas direcionadas a mulheres, tende a diminuir: a queda será em torno de 9% até 2030.
“Se não implementarmos medidas para reduzir os comportamentos de fumar nesta população, a mortalidade por câncer de pulmão continuará a aumentar em todo o mundo”, diz Jose Martínez-Sánchez, professor na Universidade Internacional da Catalunha.
Martínez-Sánchez e colegas analisaram dados de mortalidade por câncer de pulmão e de mama a partir de dados da Organização Mundial da Saúde (OMS): no total, eles incluíram 52 países: 29 na Europa; 14 nas Américas; 7 da Ásia; e 2 da Oceania.
As maiores taxas de mortalidade por câncer de pulmão em 2030 estão previstas na Europa e na Oceania, enquanto as taxas mais baixas de mortalidade por câncer de pulmão em 2030 estão na América e na Ásia.
“É socialmente mais aceitável que mulheres fumem na Europa e na Oceania, o que pode explicar porque estamos vendo taxas mais altas de mortalidade por câncer de pulmão nesses países”, diz Martínez-Sánchez, em nota.
Já no câncer de mama, a maior taxa de mortalidade está prevista na Europa, apesar da tendência de diminuição. O estudo encontrou menores taxas na Ásia, mas com tendência de aumento.
“Estamos vendo um aumento na mortalidade por câncer de mama na Ásia porque esta cultura está adaptando um estilo de vida ocidentalizado”, diz Martinéz-Sanchez.
“O câncer de mama está associado a estilo de vida, como ingestão de álcool e obesidade”, explicou Martínez-Sánchez.
O estudo foi feito tendo em vista a tendência de mortalidade a partir de 2004. A partir desses dados, cientistas projetaram a alta no número de óbitos por essas condições. Se forem implementadas mudanças e incentivos no estilo de vida, entretanto, as taxas até 2030 tendem a cair.
Fonte: G1