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Mulheres vítimas de violência sexual têm risco aumentado para hipertensão, sugere estudo

Pesquisa norte-americana acompanhou um grupo de mulheres por sete anos e observou um aumento de casos de pressão alta entre as que relataram episódios de violência sexual ao longo da vida

Mulheres que sofreram algum episódio de agressão sexual ao decorrer da vida têm chances aumentas de desenvolver hipertensão arterial, segundo um estudo financiando pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Os resultados foram publicados recentemente no periódico científico Journal of the American Heart Association.

Os pesquisadores analisaram dados de 33.127 mulheres coletados por um estudo longitudinal que começou a ser desenvolvido em 1989, e levaram em consideração variáveis ​​sociodemográficas, médicas e comportamentais.

Em 2008, quando o recorte referente a traumas sexuais foi feito, as participantes tinham idades entre 43 e 64 anos, e nenhuma delas tinha histórico de doença cardiovascular ou cerebrovascular.

Aos pesquisadores, as mulheres relataram se já haviam vivenciado algum episódio de assédio sexual no trabalho, seja físico ou verbal, se experimentaram contato sexual indesejado, além de outros traumas, como acidente, desastre ou morte inesperada de um ente querido.

Os resultados indicaram que cerca de 23% das mulheres haviam sofrido algum tipo de agressão sexual, sendo que 12% passaram por assédio sexual no local de trabalho e 6% passaram por ambos.

Deste total, os pesquisadores notaram durante o período de acompanhamento, de 2008 a 2015, que ao menos 21% das mulheres desenvolveram hipertensão arterial. Além disso, foi observado que este grupo teve maior risco de desenvolver pressão alta em comparação com as mulheres que não relataram nenhum tipo de violência sexual durante a vida.

“Este estudo destaca por que é importante para a pesquisa em saúde examinar as experiências das mulheres de agressão sexual e assédio sexual no local de trabalho. Pesquisas futuras podem se basear nessas descobertas para determinar se a violência sexual e a pressão alta estão causalmente ligadas e identificar possíveis mecanismos subjacentes”, disse Laura Rowland, Ph.D., chefe de programa da Divisão de Pesquisa Translacional do Instituto Nacional de Doenças Mentais.

Além disso, os pesquisadores também puderam observar, com base no banco de dados analisado, que o risco de hipertensão arterial também é semelhante para fatores como  exposição a abuso sexual na infância ou adolescência.

“Nossos resultados […] sugerem efeitos potenciais de múltiplas exposições à violência sexual na saúde cardiovascular das mulheres”, disse Rebecca B. Lawn, Ph.D., da Harvard TH Chan School of Public Health, de Boston, principal autora do estudo.

Fonte: www.noticias.r7.com / Postado em 06/05/2022 – 02H00

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