Na semana passada, a Lonza produziu nos EUA seu primeiro lote comercial do principal ingrediente da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Moderna, e a empresa planeja iniciar a produção europeia até o fim do mês, disse o presidente Albert Baehny.
A empresa acelera e ajusta as linhas de produção, um processo que pode durar até o ano que vem.
“Temos acesso às matérias-primas; temos acesso às pessoas”, disse Baehny em entrevista. O principal desafio é “otimizar o máximo possível”.
O esforço da Lonza é chave para garantir uma distribuição tranquila da vacina da Moderna, caso o medicamento se mostre seguro e eficaz.
Em contraste com a gigante farmacêutica Pfizer, sua rival mais próxima nos EUA na corrida por uma vacina contra a Covid, a empresa de biotecnologia não tem outros produtos comercializados e nunca teve que criar canais de distribuição para um medicamento.
A maior parte da produção da substância medicamentosa para a vacina da Moderna é produzida pela Lonza, uma empresa suíça com um longo histórico de parcerias com grandes fabricantes de medicamentos.
A Lonza instala capacidade para produzir 400 milhões de doses por ano – 300 milhões em três linhas de produção em Visp, na Suíça, e 100 milhões em New Hampshire, nos EUA. A Moderna possui uma linha de produção com capacidade para 100 milhões de doses por ano.
A Moderna informou que poderá entregar 20 milhões de doses da vacina até o fim deste ano, o suficiente para inocular 10 milhões de pessoas. Os EUA ficarão com o primeiro lote.
A vacina da Moderna é um novo tipo de medicamento, como o da Pfizer e de sua parceira BioNTech. Com base na tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), essencialmente transforma as células do corpo em minúsculas máquinas de vacinas. Com essa nova tecnologia, a Lonza teve que criar linhas de produção “do zero”, disse Baehny. A empresa suíça tem um acordo de colaboração exclusivo de 10 anos para produzir produtos mRNA para a Moderna.
Baehny não quis comentar se a Moderna e a Lonza estão em negociações para instalar mais linhas de produção. A Lonza teria espaço, principalmente na Suíça, para acomodar fabricação adicional, disse.
As ações da Lonza acumulam alta de 64% em 2020 e fecharam em nível recorde no início do mês.
Fonte: www.informebrasil.com.br / Publicado em 19/11/2020 09h20