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Quais serão os desafios do governo para implementar o novo ensino médio?

Entre as alterações estão, por exemplo, o aumento de cargas horárias e de oferta de aulas em tempo integral, pontos que demandam mais recursos

A reforma do ensino médio, sancionada pelo presidente Michel Temer, é vista por especialistas como necessária, mas apresenta desafio em relação à implementação. “Se ocorrer conforme está no papel, será ótimo. A preocupação é com a infraestrutura do que está sendo proposto. Fato é que o ensino médio precisa de reestruturação e tem muito a ganhar dessa forma”, afirma o diretor do Centro de Ensino Médio Elefante Branco (Cemeb), Ivan Ferreira de Barros. Ele avalia que o modelo pode oferecer muito, desde que as escolas recebam o investimento necessário.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o retrato negativo do ensino médio, exposto por pesquisas nacionais e internacionais, justifica a urgência da reforma. A pasta aponta que, entre os benefícios das mudanças, estão a flexibilidade curricular, a obrigatoriedade da língua inglesa desde o 6º ano do ensino fundamental, a ampliação progressiva da carga horária de 800 para 1.000 horas anuais e o aumento da oferta de ensino em tempo integral. Esses dois últimos pontos, porém, já representam um grande desafio. Vão demandar mais gastos do governo, tanto na melhora da estrutura física das escolas como no eventual aumento no número de professores e qualificação dos professores.

O novo modelo foi sancionado em fevereiro, mas, para entrar em vigor, depende da conclusão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que vai orientar os currículos das escolas de ensino médio. Após essa etapa, os colégios deverão estabelecer um cronograma de implantação das principais alterações da lei e iniciar o processo de implementação a partir do segundo ano letivo.

Alterações

Entre as mudanças previstas na lei está a possibilidade, também, de os alunos escolherem a área de maior interesse acadêmico ou optarem por um curso técnico. Língua portuguesa e matemática continuam obrigatórias nos três anos do ensino médio.

Na parte acadêmica, as opções serão aprofundadas nas áreas de conhecimento, como linguagem, matemática, ciências da natureza ou ciências humanas. Na técnica, os estudos estarão associados a ocupações do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. As duas modalidades terão certificado de conclusão e diploma de ensino médio para ingresso no superior ou no mercado de trabalho.

O estudante Pedro Carneiro Leão, 18 anos, do Centro de Ensino Médio da Asa Norte, aprovou a alteração. “Fiquei surpreso e vejo como uma possibilidade de manter o aluno de verdade dentro da escola. Quando não tem afinidade com a matéria proposta, ele se sente desestimulado”, avalia. “Estudando o que gosta é bem diferente. Uns se dão bem com física e matemática, outros, não. Agora, cada um vai poder fazer o que gosta”, comemora.

Fonte: www.correiobraziliense.com.br / postado em 17/12/2017 08:00

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