O uso simultâneo de duas máscaras – uma cirúrgica e outra de pano por cima – pode reduzir o risco de transmissão do coronavírus em 95%, de acordo com estudo divulgado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos.
Os pesquisadores realizaram dois experimentos: um nó foi feito nas alças da máscara cirúrgica; depois, a máscara de pano foi sobreposta, com o cuidado de estar mais fixa o possível do rosto. De acordo com o CDC, cada um desses ajustes melhorou substancialmente o controle de transmissão e também reduziu a chance de uma possível exposição ao vírus.
Outras duas medidas também foram apontadas como fatores de reforço na proteção contra a Covid-19. Uma delas é o uso de uma máscara com um filtro. A segunda é a sobreposição de um tecido de nylon sobre o pano ou máscara cirúrgica.
Uma limitação apontada pelos cientistas é que foi utilizado um tipo específico de máscara cirúrgica e, também, um modelo escolhido para a de pano. Por isso, a eficiência pode não ser igual em outras marcas ou tipos encontrados. Outro ponto é que eles não chegaram a fazer testes em outras variações, como pano sobre pano ou cirúrgica sobre pano. Os resultados podem não ser os mesmos para esses casos.
Estudo na Science
Um estudo publicado na revista “Science” em setembro do ano passado, feito por pesquisadores da Universidade Duke, nos EUA, comparou a eficiência de 14 tipos de máscara. Veja na imagem abaixo, organizada da mais eficiente para a menos eficiente:
Eles mediram o quanto as máscaras conseguiam impedir que as gotículas expelidas por uma pessoa ao falar se espalhassem pelo ambiente. Os cientistas notaram que falar através dos tecidos parecia dispersar as gotículas maiores em várias menores.
“Considerando que as partículas menores são transportadas pelo ar por mais tempo do que as gotas grandes (as gotas maiores caem mais rápido), o uso de tal máscara pode ser contraproducente”, alertaram os pesquisadores no estudo.
Em entrevista ao G1, um dos autores do estudo, Martin Fischer, explicou que o trabalho “se concentrou no desenvolvimento de uma técnica que possa ser replicada em outros laboratórios, em vez de um teste de máscara abrangente”.
“Como afirmamos no artigo, nosso trabalho foi um estudo preliminar que utilizou as máscaras que tínhamos em mãos. Para ser justo com os fabricantes de produtos comerciais, estamos mantendo as marcas anônimas. Na verdade, para a maioria das máscaras, não temos especificações detalhadas”, esclareceu.
“Por exemplo, não temos informações materiais detalhadas (como contagem de fios) das máscaras de algodão”, explicou Fischer. “As máscaras 7, 9 e 13 [5, 6 e 11 na imagem] foram apenas exemplos de máscaras de algodão às quais tivemos acesso”, completou.
Fonte: G1 / postado em 10/02/2021 21h03