02/05/2018
A vacinação contra a gripe H1N1 deve ser retomada, nesta quarta-feira (2), para imunizar professores, crianças entre 6 meses e 5 anos de idade, além de grávidas e mulheres que deram à luz há 45 dias, em Goiânia e Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Secretarias de Saúde das duas cidades disseram que quem faz parte dos outros grupos de risco e não se vacinou pode receber as vacina.
As doses da vacina acabaram na capital na última quinta-feira (28), quando foram confirmadas mais duas mortes pelo vírus H1N1. O número de vítimas fatais da doença chegava a 28 até a última semana. O boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (SES) não havia sido divulgado até as 7h desta quarta-feira.
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia informou ao G1 que recebeu 38 mil doses, que devem ser distribuídas em 56 locais de vacinação até as 10h desta quarta-feira. O primeiro local a receber as vacinas deve ser o Centro Municipal de Vacinação e Orientação ao Viajante do Setor Pedro Ludovico, onde a vacinação está prevista para começar às 8h.
Em Aparecida de Goiânia, a Secretaria Municipal de Saúde também reafirmou que todos os locais de vacinação devem receber doses da vacinação contra a gripe H1N1. A distribuição, segundo o órgão, deve ser feita ao longo da manhã, de forma que até as 12h todos os locais estejam abastecidos.
Em nota ao G1, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que Goiás “recebeu mais 178 mil doses da vacina, enviadas pelo Ministério da Saúde. Deste total, 38 mil doses foram disponibilizadas para o município de Goiânia, para o reestabelecimento da vacinação. Aparecida de Goiânia recebeu 9,4 mil. Todos os outros municípios goianos também receberam reforço das doses”.
Segundo a SES-GO, são considerados grupos prioritários: crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, puérperas, pessoas com 60 anos ou mais, indígenas, trabalhadores da saúde, professores, portadoras de doenças crônicas não transmissíveis, funcionários do sistema prisional e adolescentes e jovens entre 12 e 21 anos que cumprem medida socioeducativa ou estão presos.
Na capital, segundo dados da SMS, 320 mil pessoas foram vacinadas, o que representa, segundo o órgão, 75% da população dos grupos de risco da cidade. Do total, estima-se que 95% dos idosos e 80% dos trabalhadores da saúde já tenham se imunizado.
Conforme a secretaria, 40% das crianças, 37% de grávidas e 37% das mulheres em resguardo também já se vacinaram. O percentual de professores que já receberam a vacina é de 44%, em Goiânia.
Mortes e casos graves
O boletim epidemiológico divulgado pela SES-GO na terça-feira informou que os casos graves registrados da doença no estado chegaram a 139 este ano. O número se equipara à soma de casos de outras doenças respiratórias graves no estado no mesmo período.
Apesar do número de óbitos ter chegado a 28, a coordenadora estadual das doenças respiratórias imunopreveníveis, Gláucia Gama Aires, afirmou que a 92% das vítimas apresentava condições de risco. Ela relatou que o estado ainda vive situação de alerta e não espera que o quadro evolua para epidemia.
“Não estamos em situação de epidemia, mas também não podemos dizer que não chegará a isso. A gente espera que não, porque o pico de casos foi há três semanas e a campanha de vacinação foi antecipada. Então esperamos que a situação se mantenha estável. Independe da evolução ou não, estamos tomando todas as medidas possíveis”, garantiu.
As duas primeiras mortes por H1N1 registradas no estado neste ano ocorreram na Vila São José Bento Cottolengo, hospital filantrópico que atende pessoas com múltiplas deficiências, físicas e mentais. Um surto da doença atingiu a unidade, e outros pacientes precisaram ficar em isolamento.
As mortes registradas pela doença ocorreram em 13 cidades de Goiás:
Goiânia – 13
Trindade – 2
Aragoiânia – 1
Hidrolândia – 1
Campo Alegre de Goiás – 1
Jaupaci – 1
Palmeiras de Goiás – 1
Anápolis – 1
Pirenópolis – 1
Carmo do Rio Verde – 1
Rio Verde – 3
Morrinhos – 1
Silvânia – 1
Qualidade das vacinas aplicadas
O medo do avanço da doença levou várias pessoas a laboratórios particulares. Os estoques acabaram, e as clínicas precisaram pedir reposição e passaram a atender com distribuição de senha. O custo é de cerca de R$ 150. O Procon fiscaliza o serviço.
A SES-GO alerta para que as pessoas que procuram se vacinar fora das unidades públicas tomem cuidado. Segundo o órgão, o medo da população pode gerar oportunidades de golpes de empresas que não têm autorização para realizar aplicações das vacinas.
Em caso de desconfiança, é preciso checar o alvará sanitário da companhia com a Vigilância Sanitária de cada município. O número para denunciar irregularidades ao estado é: 0800-643-3700.
Sintomas, prevenção e tratamento
Os principais sintomas da gripe H1N1 são os mesmos de um estado gripal comum, como febre que dura entre 3 e 5 dias, tosse seca, secreção e dores no corpo. Quem tiver esses sintomas deve procurar atendimento médico, afirma a Secretaria Municipal de Saúde.
Indivíduos doentes devem manter repouso, alimentação balanceada e ingestão de líquidos adequada e evitar contato com outras pessoas em ambientes fechados e aglomerados.
A forma mais eficaz de evitar a transmissão do vírus é a higienização das mãos, principalmente com álcool gel. Também é recomendável cobrir a boca e o nariz ao espirrar.
Fonte: G1 GO