Apresentamos um breve histórico da UGT que teve seu grande momento em 19, 20 e 21 de Julho , no Palácio de Convenções do Anhembi, na cidade de São Paulo.
Realizados naqueles dias e naquele já histórico local para nós, Congresso de fundação da União Geral dos Trabalhadores – UGT – um marco na história do movimento sindical brasileiro e mundial. Ele impressiona não só pelos números, mas também pela capacidade de ter reunido, em seu momento inaugural, amplos ramos de produção e todas as categorias profissionais em torno de uma proposta pró-ativa para o movimento sindical brasileiro.
Foram 1.103 entidadades participantes. Destas, 633 eram entidades sindicais (sindicatos, federações e confederações) e as demais, constituíam-se de entidades do movimento popular que passam agora a ter na UGT um instrumento fundamental de apoio às suas lutas gerais pela ampliação da democracia política e à conquista da cidadania plena.
Estiveram presentes 3.104 credenciados, sendo que 2.552 eram delegados sindicais, oriundos dos 27 Estados da Federação, ou seja, foi de fato um congresso de caráter nacional.
A união entre a CGT, SDS, CAT e mais um expressivo grupo de entidades independentes, união essa soldada pelas concepções e compromissos expressos tanto no Manifesto de Fundação quanto na Declaração de Princípios da UGT, despertou a atenção do movimento sindical mundial. Não por outra razão, quarenta e oito delegações internacionais estiveram presentes no congresso de fundação – uma representação expressiva que mostra claramente a importância internacional da UGT já nos seus primórdios.
Alem desses números, que sinalizam a forte musculatura da UGT e indicam sua tendência de crescimento, temos de ressaltar que os dirigentes sindicais envolvidos nessa construção coletiva vem dando mostras concretas de unidade política e de concordância em torno das concepções que guiam a Central sindical que todos aspiramos construí-la e com ele crescermos. Essa unidade consciente, vale mais do que qualquer estatística, por mais favorável que nos seja.
Temos consciência de nossa responsabilidade: inaugurar um novo ciclo histórico ofensivo do movimento sindical. Como todos sabem, o movimento sindical vive uma profunda crise. A UGT nasce justamente para superá-la e redefinir os rumos das lutas e a representação de todos os trabalhadores, abrindo as possibilidades para recolocar o mundo do trabalho como protagonista da história das lutas do nosso povo.
Trata-se de um desafio nada fácil de superar, principalmente neste momento em que se assiste à pregação de falsa idéia do “fim da história”, embalando o discurso do nefasto neoliberalismo. Nada fácil também porque a economia passa por uma profunda reestruturação produtiva – impulsionada pela revolução científico-tecnológica – que altera a fisionomia do mundo do trabalho e, por conseguinte, surgem novos problemas que demandam respostas inéditas.
Por isso não basta hoje o movimento sindical limitar sua ação apenas no interior das empresas, visão e práticas essas que freiam o movimento sindical e impedem que ele inaugure um novo horizonte, qual seja: a ação sindical para além do mundo da empresa implica agir em todas as questões que envolvem o trabalhador em todas as dimensões da sua vida na sociedade brasileira. A UGT, por isso, é um instrumento que combina a luta pela satisfação dos interesses econômicos e sociais imediatos das trabalhadoras e trabalhadores com as lutas democráticas e progressistas gerais do povo brasileiro.
Agora, os próximos passos são direcionados ao prosseguimento do fortalecimento organizacional e político da Central e passam pela continuidade da realização dos congressos estaduais da UGT. Muitos já foram realizados e outros ainda o serão.